Na sequência do Post que aqui publicámos, sobre a hipótese de constituição nos Bombeiros Voluntários de Marvão, de uma equipa de bombeiros para a prestação de actividades na área da protecção civil, visando a melhoria da prestação de socorro nas diversas vertentes da sua actuação, encontrámos hoje, na página do Facebook dos referidos Bombeiros, um esclarecimento/comentário por parte do Comandante Carlos Franco sobre o assunto.
Ao trazermos aqui mais uma vez este assunto ao conhecimento dos marvanenses, fazemo-lo não para levantar qualquer polémica acrescida, mas apenas para apelar, mais uma vez, à análise ponderada do assunto das partes implicadas, já que tal parece pertinente.
Também nos parece que o Sr. Comandante chama aqui a atenção para coisas muito sérias, que deveriam merecer uma reflexão aprofundada. Sobretudo num concelho em que, a acessibilidade aos cuidados de saúde são bastante deficitários, mesmo quando comparados com os concelhos limítrofes, e que esta equipa poderia ajudar a suprir algumas carências e necessidades da população marvanense.
Haja pois algum bom senso e ponderação.
Aqui fica na íntegra, a mensagem/comentário do Sr. Comandante Carlos Franco, e que foi retirada daqui:
“Este assunto, muita conversa tem motivado e no meio de ameaças e constrangimentos, sinto a necessidade de clarificar o que levou a colocar este Post.
Como é público os bombeiros de Marvão têm poucos bombeiros, os equipamentos que possuímos são débeis, que por falta de bombeiros temos dificuldade em assegurar o socorro à população, os bombeiros são voluntários e não recebem dinheiro, por isso trabalham em outros ofícios, que os seus patrões dificilmente dispensam esses bombeiros para virem fazerem o seu serviço voluntario. Em suma, o corpo de bombeiros está dependente da boa vontade e disponibilidade de pessoas que no seu tempo livre são bombeiros activos e com a sua boa vontade vêm prestar o socorro/apoio à população.
Para esclarecer, existe também um pequeno grupo de bombeiros (7) que trabalha a tempo inteiro e recebe salário. A sua missão é assegurar os serviços de rotina, consultas, tratamentos, fisioterapia, hemodiálise, transferências entre hospitais, etc. Na maior parte do dia está ausente do quartel para efectuarem este tipo de serviço. Então quando ocorre um incêndio em uma habitação, um incêndio rural, acidente, acidente rodoviário, incêndio florestal, etc., como é que respondemos para prestar o socorro? Respondemos como podemos, e dependemos da mesma boa vontade dos bombeiros dos concelhos vizinhos, Castelo de Vide, Portalegre, Nisa, etc.
Aqui começa o meu dilema! As pessoas que vivem no concelho de Marvão e os seus visitantes não têm direito a terem um socorro rápido e eficaz? Quanto custa ao serviço nacional de saúde a recuperação de um doente que levou muito tempo a ser socorrido, quanto custa uma vida humana? Pode ser um amigo, conhecido, familiar ou até um familiar próximo.
O facto de trazer este assunto ao conhecimento dos cidadãos, à discussão, tem como base que, estes, são de interesse de todos e que sejam abertamente discutidos para posteriormente serem decididos por quem de direito.
Fará esta equipa a diferença na prestação do socorro à população? Na minha opinião é evidente que sim.
Será que pelo facto de investirmos este dinheiro iremos minimizar o tempo de chegada ao local de um sinistro ou irmos salvar alguma vida ou minimizar o tempo de recuperação de uma pessoa? Na minha opinião é evidente que sim.
Será que as pessoas e visitantes não têm direito um socorro mais rápido e eficaz? Na minha opinião é evidente que sim.
Será que este valor é significativo para um município que tem as contas em dia? Será que é importante criar 5 postos de trabalho?
Esta é a minha angústia e todos os dias trabalho e “pedincho”, regateio para que as pessoas do concelho de Marvão possam ser melhore servidas.
Estão os bombeiros voluntários, tal como eu, nesta missão apenas para servir a população e servi-la o melhor que podemos, conseguimos, sabemos de forma desinteressada sem nada pedir em troca.
Espero que tenha contribuído para o esclarecimento da importância da constituição de uma equipa de intervenção permanente nos bombeiros voluntários de Marvão.
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