Poderíamos
avançar com a análise de várias outras medidas propostas para o Orçamento 2019
pelo MpT e não acolhidas, mas vamos fechar esta apresentação de razões com a questão
da Comunidade Estrangeira no concelho, sendo que esta medida até foi
introduzida no Orçamento mas de forma que considerámos insuficiente.
5 – Comunidade estrangeira no concelho de Marvão
O
principal problema do concelho de Marvão, tal como dos outros do interior do país,
é o despovoamento. A falta de pessoas!
Conforme
podemos observar no Quadro acima, desde 1950 que o concelho de Marvão vem a
perder população, sendo que nos últimos anos esse decréscimo intensificou-se.
Repare-se que na segunda metade do século passado (1950 – 2000) a população
diminuiu em cerca de 50% e neste século, em apenas 18 anos, a diminuição já
ronda os 25%, passando de cerca de 4 000 habitantes no início do século, para
cerca de apenas 3 000 habitantes em 2018. E um terço da população atual tem 65
ou mais anos…
Este
é um problema transversal ao interior do país, da responsabilidade de políticas
do poder central, mas que, localmente, deve ser combatido, sobretudo através da
promoção do desenvolvimento económico, o qual implica mais emprego e, por isso,
fixação de população.
Contudo,
existe outra vertente nesta temática que, consideramos, deve ser assumida como
estratégica pelo poder local em Marvão, pois trata-se de um “fenómeno” que
contribui para mitigar o problema da diminuição da população do concelho. A comunidade estrangeira!
Como
podemos verificar no quadro anterior, a população estrangeira com estatuto
legal residente no concelho de Marvão, apresenta em 2017 um acréscimo de 47 %
face a 2008, tendo passado de 77 para 113 pessoas.
Se
compararmos ainda com o que se passa nos concelhos vizinhos de pequena
dimensão, o concelho de Marvão é o que tem a maior comunidade de pessoas de
origem fora de Portugal, como podemos ver no Quadro que se segue.
Esta
comunidade estrangeira de 113 pessoas representa já, portanto, cerca de 3,7 %
da população total do concelho de Marvão. Representa, sobretudo, um acréscimo
significativo daquilo que o concelho mais vai estando deficitário: vida!
Essa
vida… representa consumo; representa investimento; representa conhecimento; representa
criatividade; representa cultura…
Por
isso, desde o início da sua formação, o MpT considerou esta vertente
estratégica para o concelho, pelo que, incluíu nas suas listas às eleições
autárquicas candidatos da comunidade estrangeira e no seu programa eleitoral a criação de uma “oficina” do ensino do Português
para essa comunidade, com a finalidade de promover a sua integração e,
aliciar que os próprios, sejam os promotores da vinda de outros.
Como
em 2018 o executivo não aceitou esta proposta, para o Orçamento de 2019
voltámos a insistir neste tema, sensibilizando-o para a centralidade e
importância desta questão (sem eles o concelho poderia ter ainda menos 113 pessoas), reiterando
a proposta da criação da referida “oficina”, onde além do ensino do Português,
se desenvolvessem atividades de envolvimento da comunidade estrangeira, através
da promoção de variados aspetos do nosso património e cultura, por marvanenses
habilitados.
O
objetivo é, desde logo, promover uma boa integração dessa comunidade, mas
também incentivar à sua crescente contribuição para a vida marvanense e,
naturalmente, acarinhar e aliciar o seu crescimento.
Verificou-se
um passo positivo do executivo com a inclusão desta rubrica no Orçamento 2019.
Mas insuficiente. Insuficiente face à verba alocada (apenas €2.000,00) e,
sobretudo, pela forma superficial como foi encarada esta questão. Por estas
razões, não obstante a inclusão no orçamento, esta situação contribuíu também
para a não aprovação do mesmo, pelo MpT.
Pelo
descrito, pensamos que a comunidade estrangeira é uma questão central e
estratégica para o futuro do nosso concelho que deve ser incentivada e cativar
mais pessoas a virem para aqui residir, pelo que, convidamos o executivo e a
restante vereação a refletirem seriamente sobre este tema, no intuito que sejam
implementadas ações concretas, fortes e estruturadas na integração e
desenvolvimento da comunidade estrangeira residente no concelho de Marvão. E
quem melhor para o fazer do que os próprios se aqui se sentirem acarinhados e
bem tratados.
Abordámos,
assim, 5 áreas “genéricas”, que consideramos estratégicas, a desenvolver em
Marvão:
1
- Ação Social;
2
– Transparência de governação;
3
- Desenvolvimento Económico;
4
- Saneamento e Salubridade;
5
– Integração da Comunidade Estrangeira/Povoamento do concelho
É
certo que as pequenas questões, de gestão corrente e de atividades recreativas,
também são importantes para a vida dos marvanenses. Estas são sempre mais
fáceis de implementar e de rapidamente retirar dividendos políticos e, por isso,
é onde normalmente os executivos (e até oposições) se focam e investem mais tempo
e energia. Contudo, aquelas, as estratégicas, são as que verdadeiramente, em
última análise, beneficiam todos os marvanenses e as que, com a sua
implementação e gestão estruturada, desenvolverão verdadeiramente o concelho.
Por
isso, está nelas o nosso foco! E com elas tentamos que o poder executivo
melhore a vida e bem estar dos marvanenses.
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