sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A política, a nossa terra e o “Marvão para Todos”.

por Fernando Bonito Dias


"O que se pretende construir através do movimento independente “Marvão para Todos” é, portanto, diferente. Pretende-se, com tempo, vincular pessoas a ideais, valores e estratégias, que tenham como ponto de partida as competências e de chegada a defesa do bem comum e o desenvolvimento do concelho. Quisemos, assim, começar pelos alicerces. Queremos construir compromissos fortes que não se desmoronem no dia seguinte às eleições. Queremos construir a tal equipa coesa e competente (alternativa à forma de fazer política atual) em conjunto com todos aqueles que se revejam nestes ideais, sejam eles indivíduos ou outras forças políticas."


A palavra “Política” afasta. Quase que assusta!

A maioria diz nada ter a ver com ela. Acham que a sua vida nada tem a ver com ela. Enganam-se! Esta atitude não é alheia ao comportamento de muitos dos políticos, que estão para se servir, em vez de servir. E decidem, com demasiada frequência, no sentido de beneficiar clientelismos. Transmitem, assim, a ideia que a sua atividade é indigna.
 
Mas não é. Ou não devia ser!
A ação política trata de escolhas; de decisões; da gestão dos variados fatores da vida em sociedade que a todos condicionam. A principal compensação para alguém que é escolhido pelos seus congéneres para os representar devia ser o orgulho de ser escolhido. E o seu principal compromisso devia ser servir! Por outro lado, o ideal seria que a decisão na hora do voto se baseasse no carácter e nas competências comprovadas dos candidatos. E as funções públicas dos eleitos fossem exercidas de forma transitória.
O problema é quando as pessoas vivem da política ou sobem substancialmente o seu nível de vida através dela!
Julgo que ao nível local o interesse pela “política” intensifica-se. Ou devia intensificar-se. Pois trata-se de escolhas, de decisões e da gestão dos variados fatores relativos à vida das gentes da nossa terra e ao futuro desta.
No momento da escolha, nas autárquicas, muitos pensam em pequenos benefícios próprios. Contudo, o mais importante para a generalidade dos munícipes seria colocar a gerir o concelho uma equipa dedicada, coesa, competente e com sentido de justiça, isto é, uma equipa capaz que colocasse o interesse geral à frente de interesses particulares.
Assim, todos ficariam a ganhar!
Construir uma equipa dedicada, coesa, competente e justa para gerir o concelho necessita de tempo. Pensar que isso se faz em cima das eleições e em torno de um candidato antecipadamente escolhido já se revelou, várias vezes, precipitado. Nessa altura, são os cargos para cada um e as promessas de favorecimentos para familiares e amigos que vinculam.
Após a apresentação do “Marvão para Todos”, muitos estranharam não apresentarmos já a equipa candidata. Não a apresentámos porque simplesmente ainda não existe e, sobretudo, por considerarmos que, para não acontecer o mesmo do passado, ela deverá ser construída!
O que se pretende construir através do movimento independente “Marvão para Todos” é, portanto, diferente. Pretende-se, com tempo, vincular pessoas a ideais, valores e estratégias, que tenham como ponto de partida as competências e de chegada a defesa do bem comum e o desenvolvimento do concelho. Quisemos, assim, começar pelos alicerces. Queremos construir compromissos fortes que não se desmoronem no dia seguinte às eleições. Queremos construir a tal equipa coesa e competente (alternativa à forma de fazer política atual) em conjunto com todos aqueles que se revejam nestes ideais, sejam eles indivíduos ou outras forças políticas.
O cerne da questão é encontrar as pessoas certas, que trabalhem em equipa, remando todos para o mesmo lado. E que trabalhem arduamente! Que tenham competências para desenvolver as várias áreas e que se dediquem a 100% à gestão do município.
Pretende-se, assim, unir. Aglomerar. Em torno deste grande objetivo.
Isto só seria possível através de um movimento independente, onde cabem todos os que comunguem destes ideais e aspirem construir a tal equipa, com aquelas características, independentemente das tendências ideológicas de cada um. Não quer isto dizer que sejamos contra os partidos. Eles desempenham um papel fulcral no nosso sistema democrático mas a política não se esgota neles. Os partidos, normalmente, promovem clivagens e têm características organizativas, como seja por exemplo a militância, em que muitos não se revêem.
Pensando no início deste texto e na ideia generalizada sobre a tal palavra, “política”, muitos estarão agora a questionar-se: mas haverá gente interessada na política marvanense que não seja para se beneficiar a si próprio ou à sua filha, irmã, cunhada, etc?
Há. Há, porque é urgente fazer diferente. Há, porque vale a pena lutar pela justiça na nossa terra e contribuir para colocar o concelho de Marvão no lugar a que deve aspirar. No mínimo, em lugar equivalente aos seus pares!
Com o tempo, muitos outros indicadores serão aqui dissecados… hoje, para análise e como exemplo, destaco (através de uma artigo do jornal “Linhas de Elvas”) aquele que me parece ser um dos mais importantes: o poder de compra”. Podemos verificar que, com apenas 67% da média nacional, o concelho de Marvão encontra-se destacado na cauda do distrito. Comparar mal com Portalegre, Elvas, Ponte de Sôr ou Campo Maior é normal. Mas estar substancialmente atrás de Monforte, Fronteira, Gavião, Castelo de Vide e… todos os outros…
É, digamos, sintomático!



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