sábado, 25 de junho de 2016

A Importância das pequenas decisões na Gestão do Concelho

Por Jorge Rosado




O Executivo Municipal de Marvão, por proposta do Sr.º Presidente, aprovou na reunião de Câmara de 06-06-2016 a abertura de uma nova conta numa Instituição Bancária que não tem nenhum balcão no Concelho de Marvão, com a “simples” justificação de ser consequência de uma visita comercial.

Sendo do conhecimento público a crise de confiança nos Bancos, a falta de compromisso e falta de segurança das pessoas no sistema bancário, que continua a ser paga/financiada por todos nós (direta ou indiretamente) enquanto contribuintes, havendo gestores públicos que não conhecem a realidade das agências em Concelhos como o nosso, onde a importância destas ações são decisivas para a manutenção dos Balcões, aproxima ou os afasta da sustentabilidade, vão retirar dinheiro dos bancos (descapitalizar) que têm Balcões no Concelho e que conjuntamente:

- Investiram e acreditaram no Concelho de Marvão;

- Os seus colaboradores vivem no concelho, fixaram aqui as suas famílias e os seus filhos estudam nas nossas escolas;

- Frequentam e dão vida à nossa economia local (vão ao Minimercado, compram o Jornal, vão tomar café, escoam os produtos endógenos);

A crise económico-financeira que o país tem vindo a atravessar, em conjunto com outros fatores, tem originado (e continuará a originar) que as várias Instituições Financeiras fechem balcões com menor rentabilidade e menor volume de negócios. O executivo, com esta atitude, está a contribuir para debilitar as agências bancárias sediadas no concelho.

Se no futuro, se algumas delas vierem a fechar ou a reduzir postos de Trabalho, o que dirá o executivo camarário que agora tomou esta decisão?

Com todo o respeito que tenho pelas outras instituições bancárias, a CGD, o Crédito Agrícola e o Santander Totta, têm de ser reconhecidos, apoiados e reforçados com a posição daquela que é a principal Instituição do nosso Concelho.
Merecem a nossa confiança, porque também eles confiaram em nós, apoiam a dinâmica associativa no Concelho, as instituições de Solidariedade Social e estão aqui ao lado dos Munícipes para prestar um serviço de proximidade.

Poderíamos eventualmente aceitar esta alteração se tratasse de melhores condições de crédito, de uma instituição que apoiasse causas no nosso Concelho, que apoiasse um evento importante, mas não, trata-se de acordo com o esclarecimento do Sr.º Presidente de um favor.
Um fator que o executivo utilizará como argumento para escolher o banco onde efetua o depósito é a taxa de juro. No entanto, maior taxa de juro implica maior risco. Esse maior risco, num período tão instável como aquele que as instituições financeiras hoje atravessam, pode acarretar consequências bastante negativas para quem nele incorre.

Será que o executivo mediu esse risco e eventuais consequências?

A mesma intenção noutros tempos seria perfeitamente legítima e normal, mas aos dias de hoje os líderes têm de ter a capacidade de antecipar cenários e avaliar os riscos das suas decisões.
Com o devida consideração pela instituição em causa, pela pessoa que estabeleceu esse contacto, a qual reconheço muito o seu mérito profissional e os valores que representa enquanto pessoa, nosso Concelho dispomos de 3 Balcões de Instituições Bancárias, neles trabalham pessoas que vivem no nosso Concelho ou são naturais de Marvão, têm aqui as suas famílias, os seus filhos estudam no agrupamento de escolas de Marvão, construíram aqui as suas casas, geram economia local no Concelho e neste tipo de decisões que não representam nenhuma mais-valia financeira para o nosso concelho deve sempre ser tido em conta todos estes fatores, sob pena de continuarmos a perder pessoas, continuarmos a perder postos de trabalho nos balcões que ainda temos no Concelho, continuarmos a perder posição no interior do nosso País.

O que vale termos projectos estruturantes como a Candidatura a Património Mundial, o Golfe ou a Fronteira, se não temos pessoas?

Trata-se de uma questão aparentemente menor, mas que revela a FALTA DE VISÃO/ESTRATÉGIA, RESPONSABILIDADE SOCIAL e RESPEITO por quem aqui investe, vive e acredita no nosso Território.

Se queremos pedir o exemplo temos de ser os primeiros a dar esse exemplo. Não basta dizer que somos, temos de o demonstrar com os nossos ATOS.

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