Por Nuno Pires
Agora que a
poeira parece ter assentado venho aqui manifestar, publicamente, a minha
opinião acerca da novela da gestão do Castelo de Marvão.
Assistimos
nestes últimos 2 meses a reuniões de câmara inéditas, com a presença de muito
público, quiçá insatisfeito, com a solução que o Município anunciou para a
futura gestão do Castelo de Marvão: Entrega à Fundação Ammaia. Reuniões
carregadas de emoção, e reuniões em que o Presidente Vítor Frutuoso, apesar de
saber da importância dos assuntos a discutir, decidiu primar pela ausência numa
dessas reuniões e meter férias!
Assistimos
também a uma Assembleia Municipal bastante participada e que terminou de forma
muita acesa, em que a problemática do Castelo foi mais uma vez abordada e onde
uma proposta, apresentada pela bancada do Partido Socialista e aprovada por
unanimidade, parece ter contribuído para um serenar de ânimos (pelo menos por
enquanto), ao propor que a gestão do Castelo de Marvão fosse feita directamente
pela Câmara Municipal.
Em minha opinião
estes episódios tristes só se verificaram porque infelizmente as partes
envolvidas não souberam separar o que são opiniões diferentes, e, em Marvão
reina a teoria de que “....se não
concordas comigo és contra mim”! Isto para não falar da teoria do medo, que
por muito que queiram contrariar, dizendo que não existe, ela anda por aí e a
influenciar muito mais do que parece, mas felizmente que vão sempre aparecendo
alguns mais corajosos que pelo menos não se calam.
A relação do município
com o Centro Cultural de Marvão nunca foi saudável e isso tornou-se evidente na
declaração de voto proferida pelos vereadores do PSD aquando da proposta para
que o Centro Cultural fosse reconhecido com a medalha de mérito municipal, no
último 8 de Setembro. Só uma gestão muito medíocre justificaria o tratamento
dado por parte do executivo, a um parceiro que cuidou e implementou dinâmicas
no Castelo de Marvão. Mas que foi, no entanto, reconhecida e valorizada por
muitos, como se provou pelas diversas manifestações da população.
Num concelho
como Marvão é necessário proteger, reconhecer e estimular quem faz bem, e trabalha
como voluntário e atinge objectivos propostos. Tal deveria ser motivo mais do
que suficiente para não existirem razões para o tratamento que o município
entendeu dar ao Centro Cultural de Marvão. Pelo que, ao Centro Cultural de
Marvão deveria ter sido confiada a possibilidade de continuar a desenvolver o
seu trabalho, contribuindo também assim para a estabilidade de quem, no
interior do Castelo, desenvolve os seus negócios.
O comportamento
do município de Marvão, que deveria ser de estimular e aglutinar, é cada vez
mais de clivagens e de separação de pessoas, o que, no mínimo, é muito triste. Somos
tão poucos que, só unidos, será possível marcarmos a diferença e competirmos
com o exterior. Com isto não estou a pensar que, também a Fundação AMMAIA não
viria a fazer um bom trabalho. Mas porquê alterar, o que por si, já era motivo
de satisfação?
Segundo diversas
intervenções do Sr. Presidente do município acerca da gestão do Castelo por
parte do Centro Cultural, é que “ Foi
boa, mas poderia ser muito melhor….”. Esta frase permite-nos ambicionar
algo de muito positivo para a gestão futura do Castelo nos próximos tempos,
pois quem consegue avaliar o que foi bom, mas manifestar a ousadia de fazer
muito melhor, é porque reconhece que tudo aquilo a que o Centro Cultural se
propunha para continuar com a gestão é perfeitamente possível e ainda melhorar.
Perante tal afirmação,
e agora que gestão do Castelo está sob a alçada directa do município, esperemos
que se faça jus à afirmação do Presidente da Câmara na Assembleia Municipal de
19-2-2016:
“...a
gestão do Castelo foi boa, mas vai ser, a partir de agora, muito melhor!”
OXALÁ...
O Centro
Cultural propôs uma parceria interinstitucional que integraria a Ammaia, a
Associação de Jovens Maruam, a Santa Casa de Misericórdia de Marvão, que pode
ver aqui
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